Como a tripulação de helicóptero que caiu no Amapá sobreviveu na selva até o resgate

O governo do Amapá confirmou que os três tripulantes de um helicóptero que estava desaparecido no estado foram encontrados com vida. Os sobreviventes foram localizados na manhã deste sábado (19) pela equipe de salvamento em uma região de mata fechada após emitirem sinal de fumaça.

Foram encontrados o engenheiro da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), José Francisco Vieira, o comandante da aeronave, Josilei Gonçalves de Freitas, e o mecânico Gabriel de Assis.

De acordo com o G1, após evitar a queda vertical da aeronave e usar árvores para “amortecer” a descida, o piloto do helicóptero que fez um pouso forçado na Amazônia enfrentou o desafio de sobreviver na selva sob o calor do verão amazônico: enviou colega em colchão inflável e pôs R$ 70 e mensagem em uma garrafa rio baixo na tentativa de encontrar alguém que pudesse ajudar. Ele bebeu água barrenta e preparou arroz em cima de uma chapa, pedaço do helicóptero.

O helicóptero prestava serviços para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, e realizava a inspeção de pistas de pouso na Terra Indígena Parque do Tumucumaque.

Problemas técnicos
Na quarta-feira (16), o grupo decolou às 12h de uma base localizada no parque e deveria ter chegado às 14h, em Macapá. No entanto, o helicóptero apresentou problemas técnicos.

No momento do resgate, os tripulantes foram vistos perto de um rio. O local fica a 70 quilômetros de Pedra Branca do Amapari. A cidade está a 180 quilômetros da capital, Macapá.

A aeronave estava a cerca de mil metros de altura e o tempo era curto para tomar a melhor decisão e encontrar um lugar seguro. O piloto conta que apesar da pressa, analisou diversas estratégias para fazer o melhor pouso enquanto a aeronave descia sem controle.

“Eu aproveitei a energia que eu tinha da aeronave para procurar um lugar para pousar. E aí entrei no vale de Serra do Navio, entre as montanhas para procurar um lugar para pousar e também achar um ribeirinho, um rio para poder ser usado como água, caso eu precise ficar na floresta por muito tempo, e também usar o rio como meio de sair e buscar ajuda. E assim eu fiz, até a aeronave perder totalmente a energia de rotação”, contou.

Segundo o piloto, a aeronave cairia na vertical, no entanto, ele utilizou duas árvores como “amortecedores” durante a queda e foi sobre elas que o helicóptero chegou até o chão. Ele conta que deixou “a aeronave pairando sobre as árvores até ela perder energia”. Folhas, troncos e cipós podem ajudaram os tripulantes a pousar sem fraturas ou graves ferimentos.

“Ninguém teve nenhum arranhão, né? Eu pelo menos só machuquei a mão porque eu fiz muita força de comando, bati minha coxa em um dos comandos, mas superficial. O Gabriel teve um impacto na costela porque a aeronave bateu mais do lado dele. O Francisco também bateu a cabeça, mas tudo superficial, nada profundo, nenhuma fratura, nada que inflamasse. Todos destemidos da aeronave e ativos, como acho que você deve ter visto o vídeo que está circulando aí, em condições de trabalhar para sobreviver”, contou.

Com informações da Agência Brasil e Portal G1

Foto: Reprodução

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