Maggi diz que embargo ao frango brasileiro é uma questão econômica

União Europeia anunciou nesta quinta a suspensão da compra da carne brasileira; 20 frigoríficos serão afetados

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, voltou a subir o tom contra o embargo ao frango brasileiro e afirmou que vai abrir um painel, ou seja, uma espécie de reclamação na Organização Mundial do Comércio (OMC). O anúncio foi feito após a União Europeia decretar nesta quinta-feira (19), de maneira unânime, a suspensão da compra de carne de frango. No total, 20 frigoríficos brasileiros que estavam, até então autorizados a fazer a exportação para o bloco europeu, serão afetados.

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O ministro Blairo Maggi explicou que, ao contrário do que se tem noticiado, o problema se restringe âmbito econômico e não por questões sanitárias.

“Eu conversei com o presidente da República. Coloquei a ele os problemas que nós temos e da forma como temos tratados as cotas de exportação que nós temos. A nossa reclamação é que a comunidade europeia diz que é uma questão de saúde, mas se o Brasil resolver pagar um imposto de 1.024 euros por tonelada e mandar para lá como carne in natura, vai entrar sem problema. Então, não é uma questão de saúde, e é o que nós vamos reclamar na OMC.”

A medida deve começar a valer em até 15 dias. Segundo o Ministério da Agricultura, o impacto da decisão do bloco econômico deve ser significativo para o setor. Segundo o ministro, isso pode afetar cerca de 30% do volume exportado. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal, o Brasil é o maior exportador de frango do mundo e a União Europeia é o maior comprador do produto brasileiro.

O bloqueio é uma resposta à terceira fase da operação Carne Fraca, realizada em março pela Polícia Federal. Segundo as investigações, foram detectadas fraudes na análise e nos resultados de salmonela, bactéria presente no organismo das aves brasileiras. Se consumida em quantidades elevadas, a salmonela pode causar a morte de seres humanos. Na ocasião, três frigoríficos da BRF foram interditados.

Desde a deflagração da operação, a União Europeia tem sido mais rigorosa no controle da carne e nos requisitos ligados aos exames dos animais.

Reportagem, Raphael Costa

 

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