O candidato direitista Mario Abdo Benítez venceu a eleição presidencial no Paraguai neste domingo (22). Com 96% das urnas apuradas, ele recebeu 46,49% dos votos, informou o presidente do Tribunal Eleitoral do país, Jaime Bestard.
Seu principal oponente, o liberal Efrain Alegre, de uma coalizão de centro esquerda, recebeu 42,72% da preferência dos eleitores.
Benítez sucederá em agosto o presidente Horacio Cartes, um empresário da indústria do tabaco que, nestas eleições, candidatou-se ao Senado.
Os centros de votação fecharam às 16h local (17h de Brasília), sem incidentes, informou a autoridade eleitoral. Participaram da eleição cerca de 65% dos 4,2 milhões de eleitores.
Outros oito candidatos competiram pela presidência, mas sem chances reais de vencer.
Nas eleições, de um só turno, também esteve em jogo a composição do Congresso (Senadores e Deputados) e os governos dos 17 departamentos, além das cadeiras no Parlasur (Parlamento do Mercosul).
Em conjunto, foram apresentadas mais de 15 mil candidaturas desde as fileiras de 23 partidos, 17 alianças, outros tantos movimentos e quatro combinações.
Seu pai foi secretário particular de Stroessner. Entre eles havia um parentesco por parte das avós.
“Lamento a parte negra da nossa história, mas, como muitos paraguaios, acho que não deve ser uma desculpa para manter uma divisão entre compatriotas. Eu tinha 16 anos quando Stroessner caiu”, afirma.
Mas esse passado foi deixado de fora de sua carreira política e da campanha eleitoral.
“Quem tem menos de 40 anos não se lembra da ditadura. E é por isso que não está na discussão desta campanha”, afirma o analista político Francisco Capli à AFP.
Juntou-se à militância política dentro do movimento Paz e Progresso, o lema do governo da ditadura.
Na crise de março de 2017, os opositores reagiram com violência e incendiaram uma parte do Congresso em protesto contra a pretensão do presidente Cartes de aprovar uma emenda que o qualificaria para a reeleição.
“Estava na praça, defendi nosso sistema republicano”, diz ele, com convicção.