Dois assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro foram presos nesta manhã: Filipe Martins, que era assessor para Assuntos Internacionais da Presidência; e o coronel do Exército Marcelo Câmara, que era ajudante de ordens. As prisões foram feitas no âmbito da operação Tempus Veritatis deflagrada pela Polícia Federal apurar organização criminosa. Segundo a PF, o grupo teria tentado dar um golpe de estado no Brasil para obter vantagem política com a manutenção do então presidente Jair Bolsonaro no poder.
Outros alvos de mandados de prisão são o tenente coronel Rafael Martins de Oliveira e o coronel Bernardo Romão Correa Neto, que está nos Estados Unidos. No total, 16 militares e o ex-presidente são alvo da operação. O advogado de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, publicou na rede social que Bolsonaro vai entregar o passaporte em cumprimento à decisão judicial.
Os policiais cumprem 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão e 48 medidas cautelares, como entrega de passaporte e proibição de ter contato com outros investigados. As investigações indicam que o grupo se dividiu em dois núcleos para espalhar a suspeita de fraude das eleições de 2022, mesmo antes da disputa começar. O objetivo era viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
Políticos em Brasília, foram às redes sociais dizer que o principal opositor a Lula, pode ser preso na sequência dessa operação. Bolsonaro alega ‘perseguição política implacável” do atual governo. Nesta mesma semana, a imprensa revelou que a ABIN – Agência Brasileira de Inteligência, apontou o próprio governo Lula como culpado pelo vandalismo de 8 de janeiro de 2023. Por isso, agentes foram demitidos após a revelação da notícia.
A Polícia Federal também prendeu o presidente do Partido Liberal (PL), por posse irregular de arma de fogo, após ação de busca em sua residência. Sua defesa alega que a prisão foi ilegal. A ação dos federais ocorre um dia após o ex-presidente reunir milhares de seguidores na cidade de São Sebastião – RJ, onde daria depoimento no caso da ‘baleia jubarte’ – depoimento adiado pelos agentes. Em discurso aos apoiadores, Bolsonaro alfinetou o atual presidente.
ACESSE O LINK DA Operação Tempus Veritatis
A PF aponta que a investigação está relacionada em cinco eixos de atuação:
i) ataques virtuais a opositores;
ii) ataques às instituições (STF, TSE), ao sistema eletrônico de votação e à higidez do processo eleitoral;
iii) tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
iv) ataques às vacinas contra a Covid-19 e às medidas sanitárias na pandemia e;
v) uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens, o qual se subdivide em:
v.1) uso de suprimentos de fundos (cartões corporativos) para pagamento de despesas pessoais e;
v.2) Inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde para falsificação de cartões de vacina ; e
v.3) Desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao ex-Presidente da República, JAIR MESSISAS BOLSONARO, ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação com o fim de enriquecimento ilícito. A presente representação da Polícia Federal aborda, especificamente, fatos relacionados ao eixo de atuação “tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, com operação de núcleos e cujos desdobramentos se voltavam a disseminar a narrativa de ocorrência de fraude nas eleições presidenciais, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e, eventualmente, legitimar uma intervenção das Forças Armadas, com abolição violenta do Estado Democrático de Direito, em dinâmica de verdadeira milícia digital, à semelhança do procedimento já adotado pelo autointitulado GDO (gabinete do ódio), investigado no INQ 4781.