O custo para colocar comida na mesa do trabalhador no Norte do Paraná teve um leve recuo em outubro de 2025, mas o abismo entre o rendimento real e o necessário para uma vida digna continua desafiador. Segundo levantamento do NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas da UTFPR), que serve de referência para Apucarana e região, o valor da cesta básica de alimentos fechou o mês em R$ 618,84. O montante representa uma queda de quase 2% em comparação ao mês anterior, oferecendo um pequeno fôlego ao orçamento familiar local.
Apesar da estabilidade nos preços dos alimentos na região, a realidade financeira das famílias paranaenses ainda está distante do ideal. Dados do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apontam que, para suprir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas — incluindo alimentação, moradia, saúde e transporte —, o salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 7.116,83.
O abismo da renda na prática, o atual salário mínimo oficial (R$ 1.518,00) cobre pouco mais de duas cestas básicas individuais na região de Apucarana, sobrando pouco para as demais despesas essenciais. O estudo revela que o rendimento necessário para garantir o sustento integral previsto na Constituição de 1988, seria 4,7 vezes maior do que o piso nacional vigente.
Enquanto itens como a carne e o tomate apresentaram oscilações que favoreceram o recuo recente do índice local, o peso da alimentação continua consumindo quase metade da renda líquida de quem ganha um salário mínimo no Paraná.