Três freiras austríacas, já idosas e conhecidas pela personalidade forte, desafiaram uma decisão da Igreja e fugiram de um lar de idosos para retornar ao convento onde viveram durante décadas. O caso de Bernadette, Regina e Rita repercutiu em todo o país e viralizou nas redes sociais, até que um ultimato da Arquidiocese estabeleceu limites para a permanência delas no local.
A fuga e o retorno ao convento
As irmãs Bernadette (88 anos), Regina (86) e Rita (82) viveram desde jovens no convento Kloster Goldenstein, em Elsbethen, próximo a Salzburgo. No fim de 2023, a Igreja decidiu transferi-las para um lar católico de idosos — medida que, segundo elas, foi tomada “contra a vontade”.
Em setembro, com ajuda de ex-alunas e até de um chaveiro, as três deixaram o lar, reabriram seu antigo convento e passaram a viver novamente no local, mesmo sem água nem energia. O gesto gerou grande comoção e apoio público, mas também levou a uma reação da Arquidiocese, que impôs uma condição: elas só poderiam permanecer ali se encerrassem suas atividades nas redes sociais, onde já acumulavam mais de 245 mil seguidores.
Quem são as freiras que mobilizaram o país?
Bernadette, 88 anos
Primeira a se estabelecer no Kloster Goldenstein, chegou como adolescente em 1948. Tornou-se aluna, depois freira e, mais tarde, professora da escola feminina que funcionava no antigo castelo. Dedicou a vida à educação e manteve vínculo profundo com o convento. Em entrevista ao The Guardian, desabafou sobre a transferência:
“Disseram que poderíamos ficar ali até o fim de nossas vidas. Fomos obedientes a vida toda, mas não suportávamos ficar longe de casa.”
Regina, 86 anos — a disciplinada
Entrou para o convento em 1958 e seguiu carreira na educação, assumindo diversas funções até se tornar diretora da escola. Ex-alunas descrevem Regina como disciplinada, exigente e profundamente comprometida com o ensino. Assim como as outras irmãs, considerava o convento seu lar definitivo.
Rita, 82 anos — a expansiva e carismática
Chegou ao Kloster Goldenstein em 1962 e também lecionou por décadas. De temperamento mais extrovertido, tornou-se a mais popular nas redes sociais. Vídeos dela fazendo exercícios, cozinhando ou exibindo um par de luvas de boxe presenteadas por seguidores impulsionaram a fama inesperada das três religiosas, o que contribuiu para a decisão da Igreja de limitar o uso das plataformas.
Veja abaixo um dos vídeos compartilhados no instagram:
