Eclipse solar mais longo do século: entenda por que ele baterá recorde

Com seis minutos de escuridão total, o eclipse solar de 2 de agosto de 2027 será o mais longo do século (Foto: Matt Anderson Photography/Getty) Images

eclipse solar total de 2 de agosto de 2027 promete ser um dos maiores espetáculos astronômicos do século. De acordo com a Nasa, a Lua ocultará o Sol por cerca de seis minutos e 23 segundos, uma duração que só será superada novamente em 2114.

O ápice do fenômeno deve ocorrer no Egito, mas ele também será visível em países como Espanha, Marrocos, Líbia, Tunísia, Arábia Saudita e Somália.

O que é um eclipse?

  • Durante o fenômeno, a Lua bloqueia parcialmente os raios solares, projetando uma sombra sobre a Terra.
  • Eclipses totais do Sol ocorrem, em média, a cada 18 meses em algum ponto do planeta. No entanto, para um local específico, o intervalo médio entre cada fenômeno é de 375 anos.
  • Além dos eclipses totais, há os parciais, em que apenas parte do disco solar é coberto. Este fenômeno ocorre com maior frequência.
  • O próximo eclipse total que deve passar por alguma área do Brasil só deve ocorrer em 16 de janeiro de 2075, o esperado é que parte dos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais ficarão completamente escuras por cerca de 2 minutos.

Por que este será o eclipse solar mais longo do século?

Segundo o astrônomo Thiago Signorini Gonçalves, diretor do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o recorde de duração é resultado de uma combinação de fatores geométricos.

“O eclipse de 2027 é especial porque ocorre quando a Terra está mais afastada do Sol e, ao mesmo tempo, a Lua está um pouco mais próxima da Terra. Isso faz com que o Sol pareça ligeiramente menor e a Lua, um pouco maior. Como consequência, ela cobre o Sol por mais tempo”, explica.

Outro detalhe importante é o local em que o fenômeno acontecerá. “A sombra da Lua vai cruzar regiões próximas ao Equador, onde sua velocidade aparente é menor. Essa passagem mais lenta prolonga a duração do eclipse em cada ponto da Terra”, completa o especialista.

O astrônomo Adriano Leonês, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), destaca que eclipses solares acontecem, em média, duas vezes por ano, mas nem sempre em locais de fácil observação.

“O que torna esse evento raro é a faixa de visibilidade total. Ela cobre áreas densamente povoadas e de fácil acesso, o que aumenta o interesse de astrônomos e turistas”, afirma.

Onde e quando o eclipse será visível?

O eclipse começará por volta das 10h (horário de Brasília) e deve durar cerca de três horas no total, considerando todas as fases.

A totalidade — o momento em que o Sol é completamente encoberto — ocorrerá após as 11h e poderá ser vista em cidades como Cádiz, Tânger, Benghazi e Luxor, no Egito, onde o fenômeno atinge seu ponto máximo.

Expedições já estão sendo organizadas para Luxor, uma das poucas cidades urbanizadas localizadas na faixa de totalidade. É nesse trecho que o Sol desaparecerá completamente por mais de seis minutos, deixando visível a coroa solar, a camada mais externa e brilhante da atmosfera solar.

O que é possível observar?

Hoje, grande parte das observações solares é feita por telescópios espaciais, mas eclipses totais continuam sendo momentos únicos para estudar a coroa solar.

“Durante o eclipse, conseguimos observar diretamente a emissão de gases quentes que o Sol expulsa para o espaço. Ainda não entendemos completamente como essa energia é gerada, e o fenômeno ajuda a investigar esses processos”, comenta Thiago.

Além do aspecto científico, o astrônomo ressalta o papel educativo do evento. “Eclipses solares são excelentes oportunidades para divulgar a ciência. O fascínio que eles despertam nas pessoas é uma porta de entrada para o conhecimento astronômico”, diz.

Fonte: Metrópoles

OUÇA AO VIVO
publicação legal

Agora disponibilizamos neste espaço, PUBLICAÇÕES LEGAIS, para que órgãos mucipais, estaduais, federais e privados publique seus documentos.