Empresários diretamente envolvidos para formular uma estratégia de negociação do tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil, demonstraram preocupação após a operação da PF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, acreditando que essa ação, amplia as dificuldades do Brasil em negociar com os Estados Unidos para que a medida seja revista pela Casa Branca.
Mesmo avaliando que a soberania brasileira e a autonomia dos Poderes nacionais são inegociáveis e não devem ser colocadas à mesa com os americanos em nenhum momento, consideram que a ação foi desnecessária e poderia ter sido evitada ou adiada, diante das dificuldades enfrentadas pelo Brasil nas tratativas com Trump.
Um desses empresários apontou ser “complicadíssimo” prosseguir com as negociações e aponta 3 fatores:
A pressa, considerada excessiva, para condenar Bolsonaro;
As provocações constantes de Lula a Trump, gerando entre os empresários a sensação de que o Presidente brasileiro busca recuperar popularidade com o episódio e incentiva seus aliados a adotarem a mesma postura;
e o interesse dos Estados Unidos em evitar a criação de um precedente, pois, se o Brasil tiver êxito nesse embate, poderia servir de exemplo para outros países.
Representantes do setor privado também relataram receio de serem usados como instrumento político pelo governo em uma negociação que deveria ser prioritariamente estatal.
Assim, caso a negociação fracasse, temem que o governo transfira a responsabilidade, que é dele, ao setor privado.
Matéria: Caio Junqueira
Fonte: CNN Brasil