A novela sobre o contorno viário de Arapongas pode finalmente estar chegando ao fim. A concessionária Viapar comunicou oficialmente, nesta terça-feira (28), que vai iniciar as obras do contorno, atendendo determinação judicial e um antigo pedido da população e das autoridades locais.
Em manifestação à Justiça Federal, a empresa afirmou que executará o projeto antes mesmo do fim das discussões sobre pendências financeiras, comprometendo-se a iniciar de imediato os trâmites necessários. A decisão foi recebida com otimismo pelo prefeito Rafael Cita, que destacou o impacto positivo para os moradores:
“Pela primeira vez vejo uma solução real para essa novela estressante. Os usuários pagaram pedágio por mais de 20 anos e esperam ver a obra sair do papel”, disse.
Na última sexta-feira (24), Cita participou de audiência conciliatória em Curitiba com representantes da AGU, PGE, MPF e da própria concessionária. Segundo o prefeito, o juiz deu prazo até esta terça para que a Viapar se posicionasse de forma definitiva — sob pena de multa de R$ 120 milhões, além de possível indenização por descumprimento contratual.
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) já havia determinado, em maio, que a obra fosse iniciada em até 90 dias. O desembargador João Pedro Gebran Neto considerou o atraso injustificável e ressaltou que o contorno é uma obrigação contratual da Viapar, medida compensatória pela concessão.
Ele destacou ainda que a demora afeta o interesse público, pois o tráfego pesado pela Avenida Maracanã prejudica a mobilidade e a segurança na cidade.
Com 10 quilômetros de extensão, o contorno viário ligará dois trechos da BR-369, com pistas duplas, acostamentos e seis viadutos. A obra promete retirar o fluxo intenso da área urbana, melhorando o trânsito e reduzindo riscos de acidentes.
Também satisfeito com o avanço, o ex-prefeito Sérgio Onofre, atual superintendente de Apoio aos Municípios na Casa Civil do Paraná, lembrou que o projeto foi defendido em várias audiências nos últimos anos.
A manifestação da Viapar reacende a expectativa de que, após quatro anos de impasses e cobranças judiciais, o Contorno de Arapongas finalmente saia do papel e traga benefícios diretos à mobilidade regional.