Estudantes da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) entraram em greve nesta segunda-feira (1º) no campus de Paranavaí, no noroeste do estado. Os alunos ocupam prédios da instituição e pedem mais professores e agentes universitários.
A greve foi aprovada em uma assembléia que foi realizada na noite de segunda. Nesta terça-feira (2), pavilhões do campus amanheceram com faixas de ocupação. De acordo com a comissão de greve, cerca de 500 estudantes aderiram à paralisação.
Os alunos entraram em estado de greve no dia 28 de março. Segundo a comissão, faltam professores em algumas disciplinas dos cursos oferecidos na Unespar desde o início do ano letivo. A comissão alega ainda que há departamentos inteiros funcionando apenas com estagiários.
Conforme a direção do campus da universidade em Paranavaí, de 2012 para 2019 o número de agentes universitários caiu de 23 para 11. O ideal seriam 46 agentes, segundo a direção.
Os estudantes, que ocupam os pavilhões da Unespar, não permitem a entrada de ninguém nos prédios. Por este motivo, não há aulas nesta terça em Paranavaí.
De acordo com a comissão de greve, um documento com reivindicações está sendo elaborado e deverá ser entregue para o Governo do Paraná nos próximos dias.
FALTA DE PROFESSORES
O Governo do Paraná publicou um edital no Diário Oficial do Estado, no dia 27 de março, autorizando a contratação de professores temporários em universidades estaduais.
Para a Unespar, foram autorizadas a contratação de 8.560 horas semanais. Segundo a direção do campus de Paranavaí, a medida ajuda, mas não resolve o problema no déficit de professores efetivos.
Na época, por meio de nota, o Governo do Estado disse que os pedidos realizados pelas universidades estaduais para a nomeação de servidores estavam tramitando e aguardavam complementação de informações pelas universidades.
Nesta terça, a assessoria do Governo do Paraná divulgou um vídeo em que o futuro superintendente da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, fala sobre a greve na Unespar.
No vídeo, Bona diz que o governo já autorizou a contratação de professores temporários para a Unespar e que está discutindo com a instituição a demanda de agentes universitários.
“Nós estamos nos primeiros cem dias de governo e precisamos de um tempo para equalizar a solução de todos os problemas. Enquanto isso, a demanda de professores da universidade deve ser suprida com a carga horária autorizada para contratação de professores temporários”, disse o futuro superintendente.
Por meio de nota, o reitor da Unespar, Antônio Carlos Aleixo, informou que ainda não foi notificado da paralisação, mas que não irá reprimir a ação dos estudantes. Ainda segundo o reitor, nesta quarta-feira (3) reitores das universidades estaduais vão se reunir com o governo estadual para discutir contratações.
Sobre a questão dos professores efetivos e agentes universitários, o reitor da Unespar informou que, para isso, é necessário concurso público e que depende do Governo do Estado. O reitor informou ainda que irá contratar professores temporários, já que houve a autorização na semana passada.
Fonte: G1 | Foto em destaque: Katiuscia Reis/RPC Noroeste