A tensão entre os trabalhadores dos Correios e a direção da estatal culminou na deflagração de uma greve por tempo indeterminado a partir da noite desta terça-feira (16). A paralisação já afeta as operações em sete estados, incluindo grandes centros econômicos como São Paulo e Rio de Janeiro, colocando em risco as entregas de fim de ano.
Onde a greve está confirmada
De acordo com a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT), a greve foi aprovada nas assembleias dos seguintes estados:
São Paulo (capital e região metropolitana)
Rio de Janeiro
Minas Gerais
Paraná
Rio Grande do Sul
Ceará
Paraíba
Em outras regiões, como Distrito Federal, Bahia e Amazonas, os sindicatos votaram pela manutenção do “estado de greve”. Isso significa que os trabalhadores continuam em seus postos, mas podem paralisar as atividades a qualquer momento dependendo do avanço das negociações.
O que reivindicam os trabalhadores
A categoria rejeitou a última proposta da empresa mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Os sindicatos alegam que a direção dos Correios tenta retirar direitos históricos e não oferece reposição salarial adequada diante da inflação.
As principais exigências incluem:
“Vale-Peru”: Criação de um vale-alimentação extra de final de ano no valor de R$ 2.500,00.
Manutenção de Benefícios: Preservação do adicional de férias de 70% e do pagamento em dobro para trabalhos aos fins de semana.
Saúde: Manutenção dos dependentes (pais e filhos) no plano de saúde da categoria, ponto que a empresa deseja alterar.
Reajuste Salarial: Aumento real e reposição das perdas inflacionárias retroativas a agosto (data-base da categoria).
O Lado da Empresa: Crise Financeira
A direção dos Correios argumenta que a empresa enfrenta um momento financeiro delicado, com um prejuízo acumulado estimado em R$ 6 bilhões em 2025. A estatal afirma que a proposta apresentada busca garantir a sustentabilidade da companhia sem demissões, mas que não há caixa para atender a todas as demandas econômicas, como o bônus natalino exigido.
Impacto para o Consumidor
Com a greve atingindo centros de triagem vitais no Sudeste e Sul, a expectativa é de lentidão nas entregas nacionais, justamente no período de maior volume de encomendas devido ao Natal.
Embora a legislação exija a manutenção de um contingente mínimo (geralmente 30%) para serviços essenciais, encomendas expressas (SEDEX) e PAC podem sofrer atrasos significativos nas regiões paralisadas.
Próximos Passos
O TST continua atuando como mediador do conflito. Novas rodadas de negociação podem ser agendadas ainda nesta semana na tentativa de encerrar o movimento antes do Natal. A orientação para os consumidores que aguardam encomendas urgentes é acompanhar o rastreamento pelo site oficial e, se possível, buscar alternativas logísticas privadas para novos envios nestas regiões.
Resumo da situação
DEMANDAS
Em Greve: SP, RJ, MG, PR, RS, CE, PB
Vale extra de R$ 2,5 mil, Manutenção do Saúde e Adicional de Férias.
Estado de Greve: DF, BA, AM, MA, PA, PI, RN, MS, RR, aguardam novas propostas para decidir se param.
O que diz a empresa:
A empresa estatal alega prejuízo de R$ 6 bi e inviabilidade das demandas financeiras.
Da Redação 98FM