O salário mínimo deve subir para R$ 1.621 em 2026, um reajuste de R$ 103 em relação aos R$ 1.518 pagos atualmente a trabalhadores ativos, aposentados e beneficiários que têm o piso como referência.
O valor foi confirmado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento ao Metrópoles, após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nesta quarta-feira (10/12). No entanto, o novo mínimo só será oficializado após a aprovação do Orçamento de 2026 pelo Congresso Nacional, prevista para ocorrer antes do recesso legislativo.
Como o reajuste é calculado
O salário mínimo segue uma regra que combina:
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INPC dos últimos 12 meses encerrados em novembro — que ficou em 4,18%;
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Crescimento do PIB de dois anos anteriores.
Em 2024, o PIB avançou 3,4%, mas a legislação impõe um limite para essa parcela do reajuste: o percentual referente ao PIB deve ficar entre 0,6% e 2,5%.
Com esses critérios, o valor final calculado para 2026 chega aos R$ 1.621.
O INPC, indicador usado no cálculo, foi divulgado pelo IBGE. No acumulado de 12 meses até novembro, a inflação medida pelo índice soma 4,18%, e no acumulado do ano está em 3,68%.
Por que o valor mudou ao longo do ano?
A estimativa inicial enviada pelo governo ao Congresso na LDO, em abril, previa um salário mínimo de R$ 1.630 para 2026.
Posteriormente, o PLOA, apresentado em agosto, ajustou o valor para R$ 1.631.
A nova projeção — R$ 1.621 — é resultado da inflação real, que ficou abaixo do esperado, obrigando o governo a revisar o valor que deverá constar no Orçamento a ser votado.
Impacto social
Dados do Censo Demográfico divulgados em outubro mostram que 35,3% dos trabalhadores brasileiros recebiam até um salário mínimo em 2022, reforçando o impacto direto do reajuste na renda de milhões de pessoas.
Um estudo do Dieese, publicado em setembro, aponta que o salário mínimo necessário para garantir condições dignas de vida no país deveria ser de R$ 7.075,83, valor muito acima do piso praticado.