Apesar de tornados serem raros, Paraná está em área propensa a novos eventos extremos

O Paraná faz parte de uma das regiões mais suscetíveis à formação de tornados no Brasil

O tornado de categoria 3 que devastou Rio Bonito do Iguaçu, no Sudoeste do Paraná, reacendeu o alerta para fenômenos climáticos extremos no estado. Ventos que ultrapassaram os 250 km/h deixaram um rastro de destruição e colocaram o Paraná no centro de uma discussão importante: qual é a real chance de o estado voltar a ser atingido por um tornado dessa magnitude?

Segundo especialistas em meteorologia e climatologia, o Paraná faz parte de uma das regiões mais suscetíveis à formação de tornados no Brasil. Isso se deve à combinação de fatores atmosféricos típicos do Sul do país — como o encontro de massas de ar quente e úmido vindas do Norte com o ar frio polar que desce da Argentina — criando as condições ideais para tempestades severas.

A maior parte dos tornados registrados, porém, é de intensidade baixa a moderada, com ventos entre 100 e 180 km/h. Tornados de categoria 3, com força suficiente para destruir construções de alvenaria e arrancar árvores inteiras, são considerados eventos extremamente raros, mesmo em áreas de maior risco. O tornado registrado em Rio Bonito do Iguaçu, teve ventos com velocidade superior a 300 km/h, segundo o Simepar.

Entre as décadas de 1970 e 2010, o Paraná concentrou um número expressivo de ocorrências de tornados no país, mas pouquíssimos com intensidade comparável à registrada em Rio Bonito do Iguaçu. Meteorologistas explicam que um evento de categoria 3 exige a formação de uma “supercélula”, tipo de tempestade muito específica, e que depende de condições atmosféricas pouco comuns.

Ainda assim, o risco não pode ser ignorado. As mudanças climáticas vêm provocando maior instabilidade e aumento de eventos severos em diferentes regiões do planeta, e o Sul do Brasil tem demonstrado vulnerabilidade crescente a ventanias, granizo e tornados.

Os especialistas defendem o fortalecimento dos sistemas de alerta e de monitoramento em tempo real, principalmente nas áreas rurais e em municípios com topografia favorável à formação de tempestades intensas. A prevenção, destacam, é a principal ferramenta para minimizar impactos quando a natureza decide agir com força.

O episódio em Rio Bonito do Iguaçu deixa uma lição clara: mesmo raros, fenômenos como esse podem se repetir. O desafio agora é unir tecnologia, informação e planejamento urbano para reduzir danos e salvar vidas em futuras ocorrências.

Agência Rádi0

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