Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro ficou preso preventivamente por 6 meses, por ordem do Ministro Alexandre de Moraes, sob a legação de que teria tentado fugir ao viajar para os Estados Unidos em 2022 – viagem que não aconteceu.
A verdade veio a tona somente agora, após uma nota da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP), que disse não ter identificado evidências de que Filipe Martins entrou no país em 30 de dezembro de 2022. O órgão afirmou ter realizado uma revisão completa dos dados disponíveis referentes às alegações contra o ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro e destacou que a conclusão do procedimento “contradiz diretamente” o ministro Alexandre de Moraes.
Para a CBP, o magistrado se valeu de um “registro errôneo” para justificar a prisão do ex-assessor. “Reconhecemos que o Ministro de Moraes citou um registro errôneo para justificar a prisão de meses do Sr. Martins, destaca a nota.
“Após a conclusão da revisão, foi determinado que o Sr. Martins não entrou nos EUA naquela data”, diz a nota da CBP, que afirmou condenar “veementemente” o uso indevido do que chamou de “entrada falsa” para embasar a condenação ou a prisão do ex-assessor de Bolsonaro ou de outra pessoa.
O Ex-assessor de Donald Trump, Jason Miller disse que Moraes deveria ser preso pelo caso.
“O que ele está fazendo com o presidente Jair Bolsonaro é repugnante, e o que ele fez com Filipe Martins é repreensível. Não vou desistir até que o careca esteja atrás das grades e receba tudo o que merece!!!”, escreveu Miller, em postagem no X.
Na ocasião de sua prisão Martins alegou que teria tido um passaporte extraviado em 2020 e que “coincidentemente esse mesmo passaporte foi utilizado para fazer registro de entrada nos Estados Unidos, na mesma cidade, na mesma data, no mesmo momento que a comitiva presidencial” de Bolsonaro. Martins também teria registrado como local de hospedagem o mesmo endereço do restante da comitiva de Bolsonaro.
O comunicado da CBP ainda lembrou que Moraes foi recentemente sancionado pelos Estados Unidos, numa referência à inclusão do ministro no rol da Lei Magnitsky, “por suas violações de direitos humanos contra o povo brasileiro”.