As gêmeas Beatriz e Débora Borges Carneiro, de 19 anos, chamaram atenção na piscina do Complexo Esportivo José Antônio Basso, neste fim de semana em Apucarana. Além da semelhança física, as duas subiram no pódio dos 60º Jogos Abertos do Paraná, conquistando medalhas de bronze nas provas de 100 metros peito e 50 metros livre respectivamente.
Carismáticas e ágeis, as maringaeses são atletas do paradesporto. Beatriz, inclusive, participou dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, realizados no Rio de Janeiro em setembro do ano passado. “Foi uma experiência que marcou nossa vida. Há quatro anos participamos dos JAPS para estimular nosso desempenho na piscina e para entrar no clima da competição”, disse Beatriz, que ficou em 5º lugar na Paralimpíada.
As nadadoras competem nas mesmas provas, nadam no mesmo estilo e desde os 13 anos vivem revezando os pódios. Desta vez, nos JAPS, contra atletas convencionais, elas conquistaram uma medalha de bronze cada. Mas em outras competições paradesportivas, as duas competem na classe S14, que engloba competidores com algum tipo de deficiência intelectual.
Primeiro lugar no ranking mundial nos 200 metros, Beatriz acumula junto com a irmã uma coleção de medalhas. “Desde os 13 anos competimos juntas (100m peito, 100m costas, 200m livre e 200m medley) e já temos sacolas e mais sacolas de medalhas em casa”, contou Débora, recordista brasileira e sul-americana, que, por pouco, não participou da Paralímpiada como a irmã.
O sonho de conquistar um ouro paralímpico é mais distante, mas outro, de se tornarem famosas, elas já conseguiram. “Somos as doidinhas de Maringá”, brincou Débora, lembrando que a alegria das duas contagiam seus novos fãs, garantidos após a Rio 2016.
“Descobrimos o mundo através da natação”, declarou Beatriz. Aos seis meses de idade, as duas tiveram o primeiro contato com a piscina e nunca mais pararam. Algumas histórias marcaram a trajetória delas. “Uma bem engraçada foi em São Paulo. A batida de mão foi igual em tudo na competição de peito. A gente parou o Ibirapuera. As pessoas ficaram assustadas. Nunca tinham visto gêmeas fazendo exatamente o mesmo tempo, inclusive nos centésimos”, contou Beatriz.
Nos JAPS, elas quase repetiram esse feito. Nos 100 metros peito Beatriz marcou 1:21.08 e Debora 1:21.47. Em Berlim, no ano passado, Beatriz conseguiu bater essa marca, registrando o recorde dela de um minuto e 18 segundos.